11 fevereiro 2010
escuro
está tudo tão escuro, tão deserto , tão morto. para onde fugiu a cor, o som, a luz, o quente e o frio, o bom e até o mau? está tudo abandonado, tudo só. não há pássaros a cantarolar logo pela manhã, não há brisa a bater nos nossos rostos. tudo se perdeu, os sorrisos de gente honesta e feliz. a tristeza de quem sofria por amor, a ternura nos olhares da família. agora aqueles rostos não significavam nada, significavam indiferença a tudo, a todos. até mesmo ao que era certo e errado, o que fazia bem ou mal. era tudo nulo, não havia expressoes de humor, alegria, felicidade, tristeza, amor, carinho, amizade. não havia nada. simplesmente uma expressão, uma única e expressão que permanecia nos rostos de todos de igual forma, menos no meu. no meu apenas permanecia a expressão triste e desesperada, ao olhar á minha volta e ver tudo tão paralelo. todos tinham medo de falar, o silêncio era o único som que pairava no ar. ouvi bébés chorarem, chorarem desesperados, como uma pessoa pedindo ajuda. e os pais, e os irmãos, e os parentes, sempre com a mesma expressão. julgava por vezes, ver uma lagrima nos olhos de cada, mas ainda assim não desvendava nenhuma expressão para além daquela que permanecia igual todos os dias, todos os segundos que a vida nos porpocionava. senti um calafrio e um medo. estava escuro, estavamos todos sós. até a propria solidão sentia-se só.
ACORDEI. acendi a luz, transpirando por todos os lados, com a roupa encharcada. agora encontrava-me apenas na minha cama, rodeada pelas paredes do meu quarto com fotografias fixadas. agora já conseguia ver a cor e a luz, agora acalmei-me e senti-me aliviada.tinha sido só mais um pesadelo, só mais um.
ACORDEI. acendi a luz, transpirando por todos os lados, com a roupa encharcada. agora encontrava-me apenas na minha cama, rodeada pelas paredes do meu quarto com fotografias fixadas. agora já conseguia ver a cor e a luz, agora acalmei-me e senti-me aliviada.
