12 janeiro 2010
a cadeira vazia
Entrar pela porta da sala e não sentir o teu cheiro, não sentir a tua presença, é como o mar sem sal. A brisa que eu sentia quando tu entravas porta a dentro atrasado, mas sempre com bom humor e um sorriso na cara, agora já não sinto. E pergunto-me qual foi a razão tão importante que pudesse levar o destino a separar-nos? Nós que sempre demos tudo um ao outro. Nós que viviamos um para o outro. Nós que apesar de todos os obstáculos demos as mãos e saltámos por cima. Nós que estivemos sempre juntos para tudo e para nada. E agora? Agora eu entro pela sala de aula dentro e tu não estás lá. Tenho uma têndencia a olhar para a cadeira vazia que tu não podes preencher como sempre fizeste nos últimos anos. Não estás lá para rir, para fazer rir e para rir com os outros. Não estás lá para aprender, para te gabares com as boas notas nem para brincares com os professores. Tu trazias uma alegria que até agora mais ninguém soube ou teve capacidade para trazer áqueles dias infernais, sentados a olhar para o quadro e a fingir de conta que ouvimos o professor e a matéria. Tu era os lápis de cor daquele mundo, tu pintavas tudo com cores tão coloridas que o mundo fora parecia mais mágico. Tu sempre foste a magia daquilo.
sandra m para tiago constante
sandra m para tiago constante
